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Você tem medo de voar?



Quando falamos em aviação alguns pensamentos surgem automaticamente e um deles é a questão SEGURANÇA, sendo que o avião é um dos meios de transporte mais seguro do mundo, perdendo apenas para o elevador. A Condé Nast Traveler apontou que, nos Estados Unidos, acidentes aéreos são responsáveis por 0,006 mortes a cada 1 bilhão de milhas viajadas. Sempre que você for voar, lembre-se que é mais fácil morrer devorado por um tubarão do que em um acidente aéreo.



No que tange a Segurança na aviação, existem regulamentos brasileiros de aviação civil (RBAC’s) determinados pela ANAC e outro órgãos internacionais, como a Federal Aviation Administration (FAA) e a European Aviation Safety Agency (EASA) que exigem o cumprimento de determinados requisitos para a Segurança Operacional.


O conceito de Segurança Operacional é definido pela International Civil Aviation Organization (ICAO) como: “o estado no qual os riscos associados às atividades de aviação, assim como às atividades relacionadas ou de suporte direto às operações de aeronaves, são reduzidos e controlados a um nível aceitável”.


Quando existe a ocorrência de algum acidente em solo nacional, cabe ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), realizar a análise adequada, identificar os principais fatores que ocasionaram aquele acidente, assim como abranger as ações para que outros acidentes não ocorram em virtude da mesma causa. Por isso, sempre comentamos que o segmento da aviação se torna cada vez mais seguro, pois todos os acidentes são analisados e suas causas são identificadas e tratadas em âmbito nacional e internacional.


A título de curiosidade e informação, os tipos de ocorrência por acidentes no Brasil, estão determinados na tabela a seguir:


Objetivando a mitigação dessas ocorrências, cada organização aeronáutica deve ter um Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO). Atualmente faço parte do Grupo de Ação de Segurança Operacional (GASO) na empresa que trabalho, e este grupo atua em várias frentes, tais como: treinamentos e promoção de segurança operacional, manter uma cultura positiva, tratamento e gestão dos relatos internos, alinhamento e atendimento dos objetivos de segurança operacional.


O Fator HumanoThe human factor”, é um dos principais fatores que contribuem para o acontecimento de um acidente aéreo. Logo, as organizações aéreas precisam atentar-se para esse assunto com todo cuidado necessário.


Existe o conceito “Dirty Dozen” muito conhecido no ramo da aviação, desenvolvido por Gordon Dupont, em 1993. Esse conceito compreende doze pré-condições de erros humanos comuns, ou condições que podem ocasionar um acidente ou incidente aéreo, sendo esses:


1) Falta de Comunicação;

2) Distração;

3) Falta de Recursos;

4) Estresse;

5) Complacência;

6) Falta de Trabalho em Equipe;

7) Pressão;

8) Falta de Consciência;

9) Falta de Conhecimento;

10) Fadiga;

11) Falta de Assertividade; e

12) Normas.




Usualmente as organizações para a promoção da segurança operacional, utilizam o período de um ano para trabalhar esses fatores humanos, instruindo os seus profissionais durante o mês sobre a importância e o impacto de cada fator. Cabe ao Grupo de Ação de Segurança Operacional organizar esses eventos e as formas de como promover as ações internamente.


A indicação dessa ferramenta de promoção se torna muito adequada e de grande importância para as organizações aéreas, pois existe a troca de experiência, identificação dos principais problemas internos e possibilita a troca de informações entre os profissionais. Objetivando sempre proporcionar uma cultura positiva e segura.


Voar pode causar medo em algumas pessoas, porque os seres humanos não nasceram com asas, mas o céu nunca foi um limite para aqueles que amam o segmento da aviação.


Quando você for voar, antes de decolar feche os olhos, respire fundo e pense no grupo de pessoas que dedicam o seu tempo, esforço e suor para que você tenha uma experiência incrível, sempre prezando pela sua integridade física e segurança.


Felipe Saraiva

*Felipe Saraiva - Administrador de Empresas

Especialista em Marketing e Responsabilidade Socioambiental

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