Ontem, quando recebi a notícia de mais uma morte tão inesperada como do cantor Gabriel Diniz (claro que não podemos esquecer dos pilotos que estavam com ele), mas falo do Gabriel, devido este ter procurado o sucesso por anos, assim como o Cristiano Araújo, e quando chegam no topo da carreira, do nada, morrem de forma trágica. Em um dia triste como ontem, parei e refleti sobre o tema “Breve Vida” como somos passageiros neste mundo, o que temos feito para deixar boas lembranças?
Conversava com meu marido em casa e dizia que não sabemos nem o que vai acontecer nos próximos minutos, sempre acreditei muito no destino, então o que for para ser será, mas claro que não queremos que sejamos o próximo a partir, por isso trabalhamos, damos nosso melhor e plantamos coisas boas.
Além de não sabermos o amanhã perdemos muito tempo com preocupações e com o que os outros vão pensar. Acho que isso liga muito ao que sempre escrevo de enxergar os outros como normais, mas também de nos aceitarmos, de vivermos felizes, de nos amarmos...
O tempo nos condiciona a viver momentos incríveis. Porém, ele passa em um piscar de olhos e infelizmente não retrocede. Sendo assim, viva, sorria, aproveite, não perca tempo lamentando por isso ou por aquilo, se aceite como é por dentro e principalmente por fora.
Por ver pessoas envergonhadas por suas condições físicas ao ponto de não se exporem ao mundo externo, resolvi falar sobre o auto preconceito, um dos piores.
O auto preconceito é o preconceito que vem da própria pessoa que se sente diferente das demais. Esse preconceito tem o poder de inferiorizar qualquer um, seja ele negro, branco, deficiente, gay, travesti... Pode até parecer uma coisa bizarra, mas há pessoas com necessidades especiais que acabam se rejeitando porque tem uma deficiência, por não se sentirem belos... É como se elas entregassem os pontos e dissessem: “Não tenho a capacidade de namorar, casar, ter filhos, estudar, trabalhar, enfim, não sou capaz de viver.”
Como conheço gays que não são eles mesmos por medo de não encontrarem um amor, de a família não aceitar, de represálias de amigos... Pois pensam que ser gay já é demais, imagina afeminado, estiloso...
Para você que se esconde da sociedade por medo do que ela vai pensar, quero dizer que a sua essência não está na aparência física ou trejeitos e sim no conteúdo. Ser VOCÊ não é a pior coisa do mundo, você apenas tem que aprender a conviver com algumas barreiras e viver de uma forma diferente. Tem que aceitar que faz parte de um grupo que necessita de uma cidade, lugar ou mundo melhor e não ter vergonha e sim orgulho disso. O problema não está em você.
Eu, particularmente, demorei um tempo para perceber que o tempo estava passando e que não era eu, falo na questão sexual, é tão bom tirar esse peso das costas, viver como o ator principal e não o figurante. Com meu corpo não tinha preconceito, mas achava que poderia melhor, até em função de concursos e eventos e fiz procedimentos estéticos e cirúrgicos e apoio sim quem pode fazer e acredita que ficará melhor, hoje amo minha realidade. Simplesmente agradeço a Deus por conseguir formar uma família, viver ao lado dela e ser referência para outras, assim como estou tentando fazer com essas palavras.
No entanto, gosto sempre de frisar para os que estão ao meu redor e para os que conversam comigo pela primeira vez que se pudesse escolher entre o hoje ou o ontem, sem dúvida escolheria os dois, pois hoje me tornei essa pessoa graças ao que passei e vivi ontem, estamos sempre em evolução.
Ser do jeito que estou, com as mesmas dificuldades na vida, porque é a minha vida, os meus desafios que movem a força que apresento, é ela que me proporciona coragem para lutar por meus ideais. Talvez se eu não possuísse nenhum problema seria visto como um mero ser humano, sem a melhor família, sem os melhores amigos, sem o mais sincero sorriso.
Mas graças a Deus, cada dia aprendo que essas dificuldades não podem fazer eu parar, pelo contrário tem que me dar forças para viver intensamente o hoje.
Pois intenso é meu sobrenome, e isso ajuda-me a ser quem sou e de certo modo já me recompensa com familiares, meu amor e amigos maravilhosos, sem contar a minha felicidade que contagia os lugares por onde passo.
Portanto, viva e faça sempre sua parte! Seja uma pessoa boa! Esqueça, por mais difícil que for, alguns problemas, e se liberte, goze cada momento como se fosse o último, porque o tempo já é tão passageiro para ficar se lastimando por coisas que não mudam e que não adianta se prender.
Vagner Oliveira
Advogado
Especialista em Direito Homoafetivo
Pós-Graduado em Processo Civil
Instagram: @eu.vagner
Contato: advogadovagner@hotmail.com
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