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Uma doce ogra - Por Vanessa Campos

A vida é bizarra outro dia conversava filosoficamente quando escutei a seguinte frase: “como tu é doce!” Juro para vocês esse seria certamente o último adjetivo que eu me descreveria. Mesmo! Sempre digo o mesmo quando vou me descrever...entre tantas mil qualidades (sim sou maravilhosa hehehe) tenho uma característica: beiro a ogrice. Sou quase um Shrek. Meio bruta. Se vou abraçar alguém que amo eu quase que esguelho a pessoa. Se vou fazer uma massagem eu amasso pão! Tenho certeza que sou bruta.



A explicação? Nossa: 455 mil motivos...me criei no meio dos meninos, sempre fui uma moleca. Tinha carrinho de rolimã, subia em arvores. Jogava futebol-mal mas jogava. Nunca fui meiga, não me acho pelo menos. Nunca fui “Mimi”. Meus joelhos eram todos cheios de marcas, roxos, machucados. Sempre fui pratica em tudo, ou quase tudo.


Só que daí alguém vem e insiste que tu és doce! Sério! Tentei argumentar ...em vão. Tem pessoas que conseguem fazer com que eu mude de ideia. Daí pensei assim: vou fazer uma pesquisa com as pessoas que convivem comigo. E vocês não acreditam o que aconteceu! Fiz aniversario e palavras de felicidades para e para lá- todas lindas! De repente uma amiga me diz: “amiga que tu continues sendo assim doce”. Pensei agora é a hora! Tenho intimidade com ela para que ela me explique isso! Como pode pessoas me acharem doce? Às vezes quase me acho um hipopótamo de tão delicada!


Então eu disse: Doce? Como assim? Ela: sim amiga tu é o doce mais explosivo que conheço...sabe aqueles chicletes que tu coloca na boca e eles explodem? Pois tu é assim. Uma doce explosivo. Que não enjoa nunca”Bom...porque estou contando isso para vocês? Para me exibir que sou doce? Nãoooooo. Na verdade, acho que existem coisas que acontecem ao nosso entorno que nem nos damos conta.


Temos uma autoimagem distorcida muitas vezes. A dureza das experiências e da rotina nos deixa engessados, nos tira o brilho e até o nosso melhor. Assumimos um papel muitas vezes que não condiz com a nossa essência. E demoramos muito para nos desfazer do mesmo. Acreditamos por anos, décadas que somos alguém. Criamos uma imagem...temos um conhecimento e muitas vezes, na verdade, não somos o que pensamos que somos. Ou somos melhor que isso. Confesso que adorei ser doce! Porque não me sinto assim...pode ser que a vida, as pessoas não me deem a oportunidade de ser. Não se pode ter medo de aprender com as pessoas...que elas desvendem nossas almas, descubram o que está ali esquecido. Tenho certeza absoluta que cada um aciona algo no outro, seja o seu melhor ou seu pior...pode ser doce, amargo...vai depender do gosto que cada relação vai ter.


Como se diz em espanhol: sea lo que tenga que ser.

Besos até semana que vem.


Vanessa Campos

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