Por Luís Pissaia
A mudança de hábitos é um tema que trabalho há alguns anos e, além da afinidade, possuo certo domínio teórico e prático para referenciar este assunto. Por esse motivo, compreendo a importância de bons hábitos para uma vida plena, principalmente quando trabalhados a partir de situações problema.
Mas, esse texto possui o foco de refletir sobre a leitura, entendido por mim como o primeiro hábito a ser desenvolvido durante a jornada de autoconhecimento.
A leitura em si possui inúmeras variantes, todas ligadas ao seu objetivo, como por exemplo, aquela desenvolvida como um hobby, outra dedicada à análise de determinado documento e, ainda a utilizada em algum evento ritual. O interessante é que em todos esses exemplos, a leitura exerce um papel fundamental, o de interpretar símbolos. As letras, palavras e frases, bem como as demais estruturas textuais exercem a função simbólica que é decifrada com a ação de leitura. A leitura é delimitada pelos idiomas, ou seja, a fluência da pessoa determina o acesso às informações.
Contudo, além da magia de transformação dos símbolos, a leitura possibilita a interpretação das informações contidas em determinado documento. Por esse motivo, a leitura exerce um papel fundamental na formação das pessoas. Em tempos que são definidos pela polarização de ideias e falsas informações como armadilha de controle social, a leitura, quando selecionada e consciente, transforma a visão de mundo.
O hábito da leitura é desenvolvido aos poucos, página a página, os documentos devem ser varridos pelos olhos, compreendendo as ideias e incorporando o conhecimento para a bagagem vital de autoconhecimento. A leitura não deve ser ditada com metas exacerbadas, e sim com cautela, consciência sobre as informações que serão lidas.
Vejo muitas pessoas preocupadas com o número de páginas lidas por dia e, percebo a dificuldade em compreender que esse tipo de meta, não configura um hábito e sim, um desafio momentâneo. A busca por um hábito de maneira dolorosa e inconsciente, faz com que a rotina sofra com e tão rapidamente expulse essa atividade do cotidiano.
O hábito deve andar junto com os objetivos daquela atividade, pois ao perceber o “sentido” da ação, o nosso organismo assimila a atividade e aposta na constância da mesma. A manutenção desta constância é o que delimita a preservação do hábito, favorecendo e aprimorando a leitura para o indivíduo.
Conforme a leitura é incorporada como hábito na vida das pessoas, a admiração pelas ideias e informações aumenta, e nesse momento é que a capacidade de ampliar a desenvoltura e voracidade do processo acontece naturalmente.
A escolha da leitura também depende do objetivo elencado para o hábito. No meu caso, por exemplo, a leitura de obras científicas se fazem necessárias para compor os projetos acadêmicos que estou desenvolvendo. Mas também busco romances, literatura e filosofia e momentos que classifico como hobby.
Dessa forma, indico que você busque o objetivo para começar o hábito de leitura e, se ele tiver a força necessária, tenho certeza que perdurará por um bom período da sua vida. A leitura apresenta um mundo desconhecido, o pensamento amplia e a realidade acompanha esse movimento, trazendo consigo a consciência humana do seu espaço e dos deveres na sociedade.
Vamos ler?
Sobre o autor - *Enf. Me. Luís Felipe Pissaia - COREN/RS 498541
Mestre e Doutorando em Ensino
Especialista em Gestão e Auditoria em Serviços da Saúde
Docente Universidade do Vale do Taquari - Univates
Enfermeiro de Rel. Empresariais - Marketing e Relacionamento Unimed VTRP
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