Por Lizi Ricco
Ele é feio...mas é bonito, ele está longe, mas muito perto, ele não dá nada, mas entrega tudo. Ele não consegue ser feliz o tempo inteiro, mas de todos os momentos ele faz o iê-iê-iê.
O grande nome do punkbrega, o cantor, compositor e escritor Wander Wilder (63), não tem tempo a perder e as suas produções seguem a todo vapor desce os anos 80, quando ganhou reconhecimento como vocalista da banda Replicantes e, depois nos anos 90, quando se consolidou explodindo com sucessos em carreira solo.
Trazemos aqui uma breve entrevista com o músico para atualizar seus fãs e convidar todos a visitarem a sua discoteca, para relembrar clássicos e músicas preferidas, do nosso conterrâneo gaúcho, nascido em Venâncio Aires.
Eléve: O que tu acreditas ser o ponto crucial para aproximação, relacionamento entre o artista Wander Wildner e seus fãs?
Wander: O ponto crucial, e único, para aproximação com meus fans, são as minhas criações. As músicas que componho e as versões que faço resultam em discos, depois viram vídeos e na sequência vão para a estrada com os shows. Esse é o eterno ciclo de quem vive de arte, criar e espalhar suas obras pelo universo.
Eléve: Como tuas viagens internacionais interferiram nas tuas produções?
Wander: Minhas viagens internacionais, bem como as nacionais, fazem parte da minha vivência, por conseguinte interferem diretamente em tudo o que faço e em muitas dessas viagens tive insights para novos projetos. Lembro quando estava vivendo em Berlin e comecei a compor e produzir o álbum Caminando y Cantando, e meu amigo e parceiro musical Gustavo Kaly me visitou e me presenteou com a música Boas Notícias, que se tornou um clássico. Recordo como se fosse ontem, quando numa pequena suite na praia de Cascais, em Portugal, surgiram as primeiras ideias que me levaram a produzir o disco Coração Selvagem. Viajar sempre foi um meio para me levar de uma situação à outra, é um belo exercício.
Eléve: Na trajetória como músico, pra ti, quais foram os marcos mais importantes?
Wander: Sem dúvida tudo começou com o fato de Os Replicantes terem me aceito como vocalista, depois meu grande amigo e irmão Tom Capone ter me chamado para ir ao Rio de Janeiro gravar meu primeiro disco solo - Baladas Sangrentas - no AR Studios, o Gordo Miranda ter me incluído no cast da gravadora Trama, ser convidado por Anna Butler para fazer parte do projeto Acústico MTV Bandas Gaúchas, participar de um concerto com Jimi Joe, Julio Reny e a Orquestra de Câmara da ULBRA, e ser convidado para o Lollapalooza de 2012.
Eléve: Artistas ou não, muitas pessoas têm como objetivo na vida escrever um livro. No teu caso, o que te despertou para iniciar estas produções e agregar mais esta entrega para teus fãs?
Wander: Estava vivendo um período que não podia fazer shows, com muito tempo livre, daí criei o WanWanShow no meu canal do Youtube e depois resolvi escrever o livro Aventuras de um Punkbrega. Claro que eu já tinha me imaginado antes escrevendo um livro, mas quando resolvi começar foi muito mais legal porque um novo universo se abriu para mim. Segui o flow e tudo foi se desenrolando naturalmente, peguei o gosto pela literatura e hoje sou muito grato a ela. Eléve: O que o público recebe com as leituras dos livros “Aventuras de um Punkbrega” e “Canções Iluminadas de Amor”?
Wander: Histórias interessantes e por vezes divertidas! Essa foi sempre a ideia inicial, criar um passatempo legal para o leitor, e é claro, com algumas informações culturais indispensáveis incrustadas em cada capítulo. Satisfazer o leitor é o objetivo final. Eléve: Teu nome e assinatura para a música gaúcha. Como vê o cenário da nossa música (gaúcha) hoje?
Wander: Moro fora há muitos anos e fica difícil acompanhar a cena local. Mas durante minhas viagens percebo uma mudança muito rápida na cultura brasileira, típico de uma colônia em pleno século XXI. A sociedade já trata a música como entretenimento, bem diferente de outros tempos em que artistas eram pontas de lanças, assim como os cientistas, os intelectuais e outros tantos ‘marginais’.
Eléve: Por Wander Wildner, quem é o grande artista Wander Wildner?
Wander: Sou apenas um rapaz latinoamericano com muitos amigos incríveis e que teve a possibilidade de interpretar e compor músicas muito bacanas. Só tenho a agradecer pelo carinho recebido pelos fans e pelas pessoas que se dispuseram a escutar alguma de minhas canções.
Eléve: O que teus fãs podem esperar em relação a novas produções?
Wander: Esperar é coisa de desocupado, (risos). Melhor sempre é criar alguma coisa, qualquer coisa, de preferência legal, principalmente se você estiver sozinho. Faça você mesmo sua trilha sonora, o universo agradece! Sigam curtindo o Rei no canal oficial no Youtube:
******
Lizi Ricco é jornalista e assessora de comunicação.
Apaixonada por redação, marketing, arte, cultura e projetos que contemplam inovação.
Leia outras publicações de Lizi Ricco
Comments