Vou explicar para vocês o porquê do tema de hoje... estou mudando de lugar de trabalho. Estou no meio de caixas, sacolas e listas de móveis que serão transportados na mudança. Tem gente que odeia se mudar- eu não! Amo! Gosto do barulho da fita fechando as caixas, gosto de ver tudo desmontado e pronto para ser levado para outro lugar.
Obviamente que não gosto de ter que organizar, tirar tudo das caixas e colocar no seu devido lugar. Mas, faço tudo rapidamente para acabar logo com aquela tortura e finalizar o processo. A mudança sempre me traz esperança por algo melhor. Nem sei quantas vezes já me mudei- acho que umas 12 vezes desde o dia que nasci. Sempre “mexem” comigo que tenho espírito de cigano... tema de hoje!
Engraçado como as coisas são, desde tenra idade sentia um fascínio pelas ciganas. Não aquelas quase moribundas que andam pelo Centro “lendo a sorte” das pessoas e abordando os pedestres de forma agressiva. Nossa, como isso me incomodava. Trabalhei por um tempo no Centro e seguidamente passava pelo “ponto” delas. Era algo assustador. Não eram essas que me encantavam.
Não sei ao certo de onde tenho esse registro- pode ter sido em algum livro, filme, documentário, ou sei lá onde. Mas tenho a imagem de mulheres cheia de joias, com suas saias compridas e esvoaçantes. Ano passado li um pouco sobre essa cultura e eles têm toda uma filosofia de vida- ritos, crenças, enfim. O que mais me chamou a atenção era ver aquelas mulheres em seus rituais girando e dançando em círculos, mexendo suas cadeiras e seus quadris com aquelas saias... nossa!
Então, entra aí o meu processo, estou na busca da minha verdade e das coisas que fazem sentido para mim. No que acredito. No que me faz bem e na forma que sou. Sempre senti, mas, hoje posso afirmar: existe uma cigana dentro de mim. Certo! Tenho certeza! E não estou psicótica ou sei lá o que for. Sei disso. Daí entram as coincidências da vida. Estava eu almoçando num dos meus restaurantes preferidos de POA, um vegetariano- embora eu seja alucinada por carne- este restaurante se supera. Estava com duas amigas- saímos e vimos uma vitrine em uma loja mística. Cheia de produtos indianos e de várias etnias- nem sei ao certo como descrever para vocês.
Entramos e ficamos ali admirando e garimpando as peças. Quando veio ela...uma cigana, nada tinha de exuberante, muito pelo contrário, parecia um tanto cansada e triste. Mas, foi extremamente gentil e cordial conosco. E foi aí que a revelação aconteceu. Estava eu olhando uns acessórios de cabelo. E como não sou nada jeitosa para esses adereços femininos pedi que ela me ajudasse e colocasse na minha cabeça. E seguimos nesse diálogo:
Eu: Tu poderias colocar para mim, por favor, esse acessório do cabelo? Não entendi como funciona.
Ela: Não vou mexer na tua cabeça! (Docemente)
Eu: Não te preocupas! Meu cabelo está limpo e cheiroso (gargalhadas)
Ela: (pausa dramática e contemplativa) Não minha querida... quero te dizer que tu nunca deve deixar ninguém mexer na tua cabeça!
Eu: (surpresa) Como assim? Qual o problema?
Ela: Tu tens luz...tem uma alma cigana...e bota cigana nisso. Não deixa que roubem de ti. (Descreveu como eu era- meu jeito de ser)
Eu: Ah tá! (em estado e choque)
E assim, nos despedimos... não comprei nada. Porque fiquei boquiaberta. Ela falou coisas de mim, do meu jeito sem nem me conhecer. Tudo bem que sou bem fácil de ler. Quem me conhece já saca meu jeito de cara! Mas, convenhamos foi demais porque pouco interagi com ela- tinha comido muito e estava um tanto silenciosa hehehe.
Olha “no creo en brujas pero que las hay, las hay” (não acredito nas bruxas mas que elas existem, existem). Pelo sim, pelo não. Que de trouxa não tenho nada...desde esse dia são poucas as pessoas que mexem na minha cabeça hehehe. Antes qualquer um tinha acesso...e acreditem...mexiam um monte ...principalmente no meu cabelo. Hoje protejo ela...vai saber né?!
Um beijo até semana que vem.
Vanessa Campos
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